Este post é a continuação de Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte I. Assim, para ficarem mais contextualizados, aconselho vivamente a lerem primeiro o post anterior.

Lago di Garda

Num fim-de-semana de Maio, com tempo não muito agradável em Bologna, um amigo que me tinha ido visitar e eu, decidimos alugar um carro e fazer um pequeno passeio pelo Lago di Garda. Já não consigo dizer com toda a certeza em que terrinhas paramos. Lembro-me que paramos em Sirmione e que vale muito a pena! No entanto, uma volta ao lago de carro é sempre uma boa ideia.

Malta

Em Maio, arranjei uns voos baratíssimos de Bologna para Malta, €20 ida e volta. Passei 4 dias nesta ilha. Há bastantes anos atrás já lá tinha ido com os meus pais e, comparando as duas experiências apenas digo: ALUGUEM CARRO. A ilha é relativamente pequena, mas para fazer tudo de transportes públicos perde-se muitíssimo tempo. Assim de repente, aconselho muito uma visita à St. Peter's Pool, uma viagem a Comino e a Gozo e ver o pôr-do-sol na Ghajn Tuffieha beach. Queríamos muito ter feito um passeio de barco pela Blue Grotto, mas não conseguimos. Os Pastizzi são uns pastéis típicos de Malta. Eu gostei, o meu amigo Rodrigo nem por isso.

Cinque Terre

Ainda em Maio, passei um fim-de-semana a passear pelas Cinque Terre. Fomos de comboio de Bologna até La Spezia (local onde dormimos). La Spezia é o local onde se apanha o comboio especial para ser ver as cinco terrinhas. Para se ver tudo com um mínimo de calma e ainda aproveitar um bocadinho de praia, 2 dias é o mínimo essencial. Como apenas passamos lá um fim-de-semana, acabamos por só fazer 2 trilhos e o resto fizemos de comboio. Um dos trilhos foi entre duas das terrinhas. De Corniglia até Vernazza, que vale muito a pena! O outro, para além de não me lembrar qual foi porque não foi entre duas terrinhas, acho que já não compensou assim tanto. Este foi o meu ultimo passeio antes de ficar três semanas mais focada nos exames.

Veneza - Bolzano - Bressanone - Trento

Já em Junho, logo a seguir ao dia em que acabei a mediamente stressante época de exames, foi hora de apanhar um comboio cedíssimo com a minha amiga Bea que me foi visitar. Fizemos uma viagem de três dias. Aproveitamos mais uma vez as promoções maravilhosas da Trenitalia. Desta vez, compramos um passe de 3 dias para comboios regionais por apenas €29. Começamos a nossa viagem por Veneza, onde passamos praticamente um dia completo. Andamos bastante (não chegamos a ir a nenhuma das ilhas), fizemos um passeio de Gondola e bebemos um Aperol na Terrazza Aperol.

Andar de Gondola não é muito barato e, atualmente, os preço são tabelados. Na altura em que fomos, ou seja Junho de 2022, os passeios durante o dia ficavam por €80. A Bea nunca tinha andado de Gondola e queria muito. Eu não me importava de andar mas não queria pagar €40 para voltar a ter uma experiência que já tinha tido no passado. Sorte das sortes, estávamos a ver os preços num dos sítios e ao nosso lado estavam umas raparigas também a ver e a comentarem que era um pouco caro. Perguntamos se queriam dividir connosco e combinamos mais tarde encontrarmo-nos ali, quando já não estivesse tanto calor, para fazer o nosso passeio. Muito mais económico!

Como tínhamos o passe do comboio e os alojamentos em Veneza Mestre são muito mais baratos, acabamos por arranjar um hostel perto da estação de comboio, a um preço relativamente acessível, para que no dia seguinte de manhã pudéssemos seguir viagem. No segundo dia, voltamos a acordar bem cedinho e rumamos a Bolzano. Quando lá chegamos ficamos um pouco desiludidas. Isto aconteceu porque vínhamos de uma cidade super diferente e, na minha opnião, magnífica e agora estávamos numa cidade "mais normal". No entanto, após nos habituarmos à mudança, ficamos fãs de Bolzano. Uma cidade rodeada por montanhas. Nesta zona de Itália já não podem esperar ver uma cidade tipicamente Italiana, parece que entramos num país completamente diferente... Alemanha, talvez Áustria. Andamos no teleférico que nos levou até Soprabolzano. E... que teleférico espetacular, umas vistas para as montanhas lindíssimas. Eu só dizia à Bea: "Isto com neve deve ser ainda melhor". Em Soprabolzano é possível apanhar um comboio que faz um percurso que deve ser lindíssimo. Tendo em conta o tempo que tínhamos disponível decidimos não o fazer e rumar a Bressanone já a meio da tarde.

Bressanone é uma localidade pequenina. Demos um passeio e, já bem ao fim da tarde, fomos de comboio até Trento. Ficamos a dormir num quarto numa casa com uma vista divina. Marcamos pelo Airbnb (aqui fica o link: https://www.airbnb.pt/rooms/47503312?source_impression_id=p3_1693059953_Dy7QwVejKvleTSFv). Apesar de simples, tinha pequeno almoço incluído. Recordo-me que em Trento estava a haver uma festa com algumas atuações. Foi em Trento que experimentamos o maravilhoso Hugo Spritz.

Bolzano, Bressanone e Trento são locais que nunca pensaria como locais de viagem se estivesse no Porto, mas acho que valem muito a pena. Um voo até Milão ou até Veneza et voilà, podem fazer um percurso semelhante.

Corfu

Logo no dia a seguir à minha amiga Bea ir embora, foi dia de acordar às 4h30 para poder apanhar os diferentes transportes que me levaram a Corfu (Flixbus Bologna <-> Bérgamo e voo Bérgamo <-> Corfu). Esta foi uma viagem de Primas e estive lá 4 dias.

A ilha é muito gira, mas para ser possível tirar o máximo proveito é quase obrigatório alugar um carro. Vimos praias top e locais para banhos no mar espetaculares. Existem algumas praias que são só acessíveis de barco. Podem alugar um barco ou então podem ir numa viagem com um marinheiro. O nosso era bem louco! A praia mais bonita de que me recordo de ir foi a Porto Timoni. Ora bem, nós achávamos que para lá chegar era obrigatório fazer um trilho de cerca de 30 minutos. Lá fomos nós com os nossos chinelinhos e sandalinhas a caminhar por uma estradinha de terra não muito fácil. Durante o caminho só pensávamos, bem, vamos ter que fazer isto para cima depois mas... para nossa grande surpresa quando chegamos à praia, vimos que havia barcos a levarem lá pessoas. Conclusão, para voltar para trás fomos de barco e depois a mesma "empresa" levou-nos de carro até ao parque onde tínhamos deixado o carro. Apesar de a descida até à praia ter sido complicadita, acho que vale a pena fazer aquele percurso a pé pois permitiu-nos ter uma vista maravilhosa sobre a praia.

A água do mar em Corfu é bem transparente e vêem-se muitos peixinhos. Sim, não resisti em comprar uns óculos de piscina para os observar.

Nápoles - Salerno - Amalfi - Vietri Sul Mare - Tenuta Vannulo

No final de Junho e para apanhar o feriado de S.João, a minha mãe e uma amiga de família, a Elisabete, foram ter comigo a Bologna. A minha mãe sempre quis ir a Nápoles e pareceu-nos uma excelente altura. Marcamos com bastante antecedência um comboio mais rápido de Bologna até Nápoles, desta vez através da Italo. Ficou a €40 ida e volta a cada uma e a viagem dura 4h. Passamos um dia em Nápoles e, claramente fomos comer uma pizza à Gino Sorbillo. Desta vez ficamos a pernoitar em Salerno e vimos localidades da Costa Amalfitana que são "mais para baixo". Salerno não é uma cidade magnifica mas é um sítio mais económico para ficar alojado. Tem umas ruínhas interessantes, restaurantes bons e uma gelataria top, a Nettuno. 

De Nápoles para Salerno fomos de comboio (não é preciso marcar com antecedência). No segundo dia fomos de Salerno até Amalfi de barco. Sinceramente, fiquei desiludidissima com a praia da Amalfi. Pelas fotos que se vê nas redes sociais a praia parece muito gira e com uma água clarissima. Pois bem, ou se paga um balúrdio pelas camas e guarda-sóis ou então fica-se ao pé de uma saída de esgoto. Já para não falar da água que de transparente não tinha nada. Quanto ao centrinho de Amalfi é muito giro e pitoresco.

Para experienciarmos os autocarros que ligam diferentes terrinhas pelas estradas sinuosas, de Amalfi a Vietri Sul Mare embarcamos numa aventura de autocarro. Que condutor com perícia! Vietri Sul Mare é conhecida pela cerâmica e tem lojinhas com coisas girissímas.

Ao fim da tarde regressamos de comboio para Salerno. No terceiro dia desta viagem, fizemos uma visita a uma quinta (Tenuta Vannulo) onde são produzidos queijos, essencialmente Mozzarela de Bufala. Marcamos a visita através do Facebook. Chegar de Salerno lá, foi um pouco complicado. Tivemos de apanhar um comboio de Salerno até Capaccio Roccadaspide (uma viagem de cerca de 30 minutos) e depois pedimos o contacto de um táxi e chamamos. Bem, o táxi saiu caro para a curta viagem que era, €15 para 3 km. A outra opção teria sido ir a pé, cerca de 35 mins. Falando da quinta, uma maravilha! Um queijo delicioso. Umas bufalas que até massagens recebem. Na quinta há um restaurante que adoramos. Tem poucos pratos mas tudo o que pedimos era delicioso.

Da parte da tarde demos um passeio por Salerno. Visitamos a catedral que é gratuita e tem algumas semelhanças com a de Amalfi. Fizemos um pouco de praia e, atenção, a praia de Salerno é muito fraquinha! No entanto, podem observar as verdadeiras famílias Italianas num dia de praia. Já não me recordo ao certo do que fizemos no último dia. Mas sei que passamos a manhã em Salerno, provavelmente a apanhar sol na praia fracota. Almoçamos no franchising da L'ANTICA PIZZERIA DA MICHELE. Após o almoço fomos de comboio até Nápoles para apanhar o comboio para Bologna.

Portofino - Camogli - San Fruttuoso

Por fim, a minha última viagem de Erasmus incluiu Portofino, Camogli e San Fruttuoso. Fomos apenas um fim-de-semana e, mais uma vez, aproveitamos as promoções da Trenitalia. Fomos sábado de madrugada e voltamos domingo ao fim da tarde. Ficamos a dormir em Génova por ser mais económico. Portofino, uma aldeia piscatória com muito requinte. Camogli, uma agradável surpresa. San Fruttuoso é uma prainha engraçada, acessível de barco a partir de Camogli (penso eu).

E assim foram as minhas viagens de Erasmus!

Aqui ficam ideias para uns passeios por Itália e não só.

Para mais sobre Bologna: 

Bologna - O sítio do meu Erasmus

Bologna - O que visitar

Bologna - Onde comer

Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte I

O meu instagram

Um beijo,

Káká

Tal como já referi nos posts anteriores, fiz Erasmus em Bologna. Durante o meu tempo lá tive oportunidade de passear muito por Itália e conhecer sítios espantosos. Para além disso, tendo em conta as viagens baratas de avião que existem a partir de alguns aeroportos de Itália, fiz também alguns passeios fora do país. Neste post (e no seguinte - link no fim) irei falar um pouco sobre todas estas viagens. No entanto, não detalharei muito nenhuma pois há muita coisa que já não tenho fresquinha na memória. A ideia principal deste post é dar sugestões de percursos que podem fazer em poucos dias por Itália, bem como algumas viagens curtas para fora de Itália.

Foram muitas viagens e para as poder concretizar foi necessário tentar que fossem minimamente económicas. O que ajudou muitas vezes foi ficar em quartos partilhados, não comer sempre fora e aproveitar as promoções da Trenitalia (uma das companhias de comboio Italianas).

Em Fevereiro de 2022, os meus pais foram-me levar a Bologna. Fomos uma semana antes do semestre começar e decidimos alugar carro durante 7 dias para conhecermos um pouco das redondezas. Praticamente todas as cidades a que fomos eram pequeninas, fofinhas e não é necessário muito tempo para as conhecer.

Parma - Modena

Num dos dias saímos de manhã de Bologna e rumamos a Parma. Ora bem, não tenho as melhores notícias, fiquei desiludida! Na minha imaginação, Parma era uma cidade em que porta sim, porta sim, eram lojas de presunto e parmesão. Cheguei lá e não era. Também fomos a um domingo, por isso, apanhamos muita coisa fechada. No entanto, lembro-me bem da boa sandes de Prosciuttoo di Parma e do Parmigiano Reggiano que comemos ao almoço. Experimentamos também a Torta Fritta que gostei bastante. Infelizmente, já não sei dizer a que restaurante fomos. No entanto, ainda há alguns a servirem as sandes com o típico presunto e iguarias com parmesão. Ainda nesse dia, a meio da tarde, rumamos ao sítio do vinagre bom, Modena. Uma cidade muito fofa.

Padova - Ferrara

Num dos outros dias, saímos de manhã em direção a Padova. Almoçamos lá e, no regresso, paramos em Ferrara. Tinha lá uma feirinha que tinha uns queijos que meu Deus!

San Marino - Rimini - Ravenna

Fomos também a San Marino, o mais antigo Estado soberano do Mundo. Um pequeno país no meio de Itália. Visitamos o interior das muralhas. Muito giro e diferente do resto que tínhamos visitado até então. Visitamos durante a manhã e, em seguida, fomos almoçar a Rimini, uma cidade na costa. E, digo-vos uma coisa, a cidade de Rimini não é nada bonita. A praia é feiosa e o resto da cidade não tem muito interesse também. Após darmos um passeio nesta terra não muito bonita, fomos ainda a Ravenna jantar.

Maranello - Cesena - Forlí - Ímola

No Natal, a minha mãe e eu tínhamos oferecido ao meu pai uma experiência num carro da Ferrari e, por isso, reservamos uma manhã para irmos até Maranello. Nesta pequena localidade, sem nada muito bonito para ver, podem encontrar o Museu da Ferrari e podem marcar experiências para conduzirem carros da Ferrari. Almoçamos por lá e, no resto do dia, fomos ainda a Cesena, Forlí (penso eu) e fomos jantar a Ímola. Estava praticamente tudo fechado em Ímola e acabamos a jantar num restaurante de hamburgers. Que desgosto, jantar hamburgers e não uma pasta estupenda. Estas 3 cidades são bem pequenas e, na minha opinião, dentro do mesmo estilo.

Veneza

Ainda em Fevereiro, fui passar um dia a Veneza. Esta viagem foi organizada pela ESN (já falei sobre esta associação no post Bologna - O sítio do meu Erasmus). Já tinha ido a Veneza duas vezes anteriormente. No entanto, esta foi uma experiência totalmente diferente pois apanhou um dos dias do Carnaval e foi possível ver as pessoas com máscaras fenomenais. E, Veneza, vale sempre a pena. Uma cidade bastante diferente! Para conhecer mesmo Veneza e as suas ilhas é preciso bem mais do que um dia.

Lago di Como

Logo no início de Março, passei um fim-de-semana no Lago di Como com amigos que fiz em Erasmus. Aproveitamos o desconto que na altura havia na Trenitalia. Por apenas €22, podíamos andar em qualquer comboio Regional durante o fim-de-semana. Nestes 2 dias, visitamos essencialmente Como e Bellagio, pernoitando na última. De Como para Bellagio fomos de autocarro, pois o barco ainda ficava um pouco carote. Para visitar algumas das terrinhas mais pequenas à volta do lago, fizemos um pequeno passeio de barco com paragens para visitas breves.

Poznań

Ainda em Março fiz duas viagens para fora de Itália. Para ambas as cidades arranjei voos baratinhos. Uma delas foi a Poznań. 

Poznań é uma cidade extremamente barata e pequenina. Como fui visitar um amigo que estava em Erasmus, tive um cheirinho do que é lá a experiência de Erasmus. Durante esta viagem fui ainda passar um dia a Gdansk.

Copenhaga - Helsingör

A outra viagem para fora de Itália foi até Copenhaga, uma cidade extremamente cara. O voo de ida foi a partir de Roma. Assim, ainda consegui dar um passeiozinho de noite por Roma. O de regresso foi direto a Bologna.

Copenhaga é uma cidade grandita. Se estiverem pouco tempo, aconselho a fazerem uma free walking tour mal cheguem. Assim, ficam já com uma ideia do que é a cidade e dos sítios que gostariam de explorar melhor. Na verdade, se bem me recordo, acho que até chegamos a fazer duas tours por sítios diferentes. Para mim, a parte mais WOW desta viagem foi a visita a Christiania, um bairro hippie. Posso ainda dizer que em Copenhaga tive das saídas à noite mais divertidas do meu Erasmus. Até me atrevo a dizer que terá sido a mais divertida de todas. Num dos dias desta viagem, apanhamos um comboio e fomos até Helsingör e outra localidadezinha pequenina no caminho.

Treviso - Trieste - Rijeka

Entre exames e vinda a Portugal na Páscoa para uma férias em família, em Abril fiz duas viagens "em Erasmus". No fim-de-semana do 25 de Abril, que também é feriado em Itália, fiz uma viagem por Itália e um niquinho da Croácia. Fui a Treviso (Itália), Trieste (Itália) e Rijeka (Croácia). Para nos deslocarmos dentro de Itália aproveitamos mais uma vez uma promoção da Trenitalia. Para irmos para Rijeka compramos bilhetes de Flixbus. Um dia chega e sobra para cada uma destas cidades. Rijeka desiludiu-me um pouco. A cidade em si não tem grande coisa para se ver. Tem algumas praias com água bem transparente, mas o tempo não colaborou para que fosse possível dar uns mergulhos.

Nápoles - Capri - Sorrento - Positano - Pompeia

Em Abril, mas já a apanhar os primeiros dias de Maio, foi tempo para mais uma viagem com a ESN, desta vez por 4 dias. Fomos a a Nápoles, Capri, Sorrento, Positano e Pompeia. Eu amei Nápoles! Pizzas deliciosas e ambiente Italiano tal como se vê nos filmes. Há quem odeie Nápoles, há quem adore. Eu sou das que adoram. Aconselho mesmo muito, muito uma viagem a Nápoles. A cidade em si não é muito grande. Para quem não tem muito tempo 1/2 dias parece-me suficiente para uma visitinha. O que não pode mesmo faltar é uma refeição na Pizzeria Gino Sorbillo. A melhor pizza que algum dia comi! A fila para um lugar sentado ainda é grandita, porém, o take-away é relativamente rápido.

Ficamos sempre a dormir em Nápoles e de lá fizemos as deslocações para os outros locais. Como fui com a ESN, utilizamos maioritariamente o autocarro disponibilizado. Contudo, existem autocarros públicos e barcos que fazem os percursos que fizemos. Para Pompeia até há comboio. As viagens de autocarro para as terrinhas da Costa Amalfitana podem ser um pouco penosas. Muitas curvas e contra-curvas, caminhos estreitos e, se apanharem uma autocarro público, correm o risco de ir tipo sardinha enlatada. Por outro lado, alugar carro pode não ser a melhor ideia porque as estradas são difíceis. É preciso muita perícia! A opção de barco é a mais gira e fácil, mas também é a mais cara. Gostei bastante de Positano e Sorrento. Apesar disso, e tal como já li bastantes vezes na Internet, nos meses de Verão parece-me ser um pouco difícil ter uma boa experiência nestas terrinhas pequenas, principalmente na praia. A parte não paga deve estar apinhada de gente. Relativamente a Capri, fiquei um pouco desiludida. Gostei, mas como tinha elevadas expectativas fiquei algo desiludida. Pompeia não é de todo algo que eu aprecie. No entanto, há muita gente que gosta.

Fiquem a aguardar o próximo post para descobrirem para onde foram as viagens de Maio, Junho e Julho.

Para mais sobre Bologna: 

Bologna - O sítio do meu Erasmus

Bologna - O que visitar

Bologna - Onde comer

Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte II

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Um beijo,

Káká

Tal como já referi em posts anteriores, fiz Erasmus em Bologna em 2022.

Comi maravilhosamente bem nesses 5 meses, o que explica os 6 kg que ganhei. Para além dos gelados e da gastronomia deliciosa, uma das minhas colegas de casa fazia muuuuuuuitas vezes um ótimo bolinho de Iogurte.

Mas vá, falando dos locais que aconselho.

Os mais forretas adorarão com certeza a Pizza Casa, a pizza mais barata de Bologna. Por €2.50 era possível pedir uma pizza Margherita. Mesmo uma pizza completa e não uma fatia! Infelizmente, penso que entretanto os preços subiram. Mas é assim, as pizzas são boas para quem não é Italiano. Os nativos "meio que gozam" com aquele local. E, claro, se esperam que sejam deliciosas como as de Nápoles, terão uma desilusão. No entanto, a relação qualidade preço era maravilhosa para um estudante não nativo.

Os tortellini são típicos de Bologna. Os mais típicos são os "in brodo" que cheguei a provar e não amei. Mas uma coisa vos digo, no restaurante Il Piatto Rotto podem comer uns tortellini com molho de parmesão maravilhosos!

Para o famoso Tagliatelle al Ragù, aconselho a Osteria dell'Orsa. Restaurante bom, barato e não se paga coperto. Por vezes podem apanhar uma fila jeitosa.

Aconselho muito mesmo a Trattoria Amedeo para a deliciosa e típica Cotoletta Alla Bolognese. A dose é extremamente bem servida. Isto e mais uma entradita, serve perfeitamente para duas pessoas.

Para pratos com massa fresca, mais que aconselho o restaurante Sfoglia Rina. Os pratos mudam diariamente. Fui lá duas vezes e adorei! Por vezes a fila à porta é bem grande e não fazem marcações. Para além disso, fecha bem cedo, às 21h. Por isso, se não querem esperar muito tempo na fila, façam como eu fiz uma das vezes e vão jantar as 19h30.

Falando agora da minha rua favorita da cidade, a Via Pescherie Vecchie. Uma rua cheia de charcutarias que servem tábuas apetitosas de presunto e queijos. A minha favorita era a La Baita Vecchia Malga. Nestes espaços podem também experimentar as maravilhosas Tigelle, também típicas de Bologna. Uma espécie de pão que geralmente acompanha as tábuas.

Também gostei de ir ao restaurante Pescaria. É um restaurante de sandwiches, essencialmente de peixe. Comi uma sandes de polvo (algo mais típico da zona de Bari e arredores penso eu) muito boa. No entanto, para o tipo de comida, achei o restaurante um pouco caro.

Por fim, aconselho o restaurante La Corte dei Ghiottoni “cucina mediterranea”. Se calhar o restaurante mais caro dos que mencionei. Este não fica bem bem no centro, mas também não fica muito longe. É relativamente próximo da estação de comboios, mas "do lado de fora". Fui lá com os meus pais um dia. Gostamos tanto que voltámos. A minha mãe e eu comemos uma burrata magnifica.

Em Bologna existe um franchising da famosíssima L'Antica Pizzeria da Michele, a original é a de Nápoles. Tendo ido à mesma pizzeria em Salerno e em Bari, tenho a dizer que a de Bologna deixa um pouco a desejar. As pizzas são boas, mas nada de extraordinário, especialmente comparando com as dos outros dois restaurantes que experimentei. Para além disso, as pizzas são bem mais caras aqui do que em Nápoles, Salerno ou Bari.

Em Bologna, existem milhares de lugares para um aperitivo ao fim do dia. Uns mais baratos, outros mais caros. Sem dúvida que o meu favorito foi no Café Pastry Gamberini. Embora os cocktails não sejam muito baratos, vem uma torre com comida. Nem tudo o que vem na torre era do meu agrado, mas entre o que eu gostava e o que as outras pessoas gostavam, a comida desapareceu. Tinha uma espécie de pãezinhos no topo que gostei mesmo muito. Geralmente, vem uma torre para cada duas pessoas. Neste café também podem encontrar uns docinhos bem apetitosos.

Na piazza Giuseppe Verdi, bem como na Via Giuseppe Petroni podem encontrar bebidas mais em conta. Penso que é na Via Giuseppe Petroni que há um sítio com shots a €1 e outro com Aperol bastante barato (já não me recordo ao certo do valor). Claro que por estes preços não poderão esperar uma qualidade extraordinária. Nesta rua existe ainda um bar com um piano (Cucchiaio d'Oro), onde as pessoas podem tocar e cantar livremente. Gera-se um ambiente muito fixe. Na verdade penso que é neste bar que o Aperol custa €1. Quando as noites começam a ficar mais agradáveis ir até esta zona é muito giro.

Não sou mega fã de gelados, mas rendi-me aos gelados de Bologna. Há duas gelatarias que, sem dúvida, eram as minhas favoritas. A Cremeria Cavour, meu Deus, maravilhosa! Uns gelados ótimos! Nesta gelataria podem pedir que vos coloquem um chocolate maravilhoso no fundo do cone. A Cremeria la Vecchia Stalla tem também gelados deliciosos. O meu sabor favorito era o Biscotto della Nonna.

Na Via de' Carracci, já quase a chegar à Via Giacomo Matteotti, havia uma loja magnifica. Não consegui descobrir o nome a partir do google maps, ou seja, não sei se a loja continua aberta. Se ainda estiver, nesta loja poderão encontrar massas ótimas e mais baratas do que nas lojas do centro (vejam a imagem abaixo).

Para além das massas, de algumas das vezes em que lá fui, tinham umas bolachas deliciosas. Não são bolachas Italianas e não são baratas, mas são umas bolachas amanteigadas deliciosas. Vêm numa lata azul que diz "The Toy Shop".

Por último, mas não menos importante, as melhores bolachas de sempre são Italianas. Estou a falar das Gocciole. Podem encontrar à venda nos supermercados. As da marca original são maravilhosas, mas as das outras marcas, geralmente, não ficam muito atrás. Desde que as descobri, dei a provar a vários amigos/ família e todos adoraram. São as bolachas mais viciantes de sempre e, feliz ou infelizmente, nunca encontrei à venda em Portugal. Infelizmente porque são deliciosas e queria comer mais vezes. Felizmente, porque ajuda a manter a linha. 

Para mais sobre Bologna: 

Bologna - O sítio do meu Erasmus

Bologna - O que visitar

Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte I

Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte II

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Um beijo,

Káká

Tal como escrevi no post anterior Bologna - O sítio do meu Erasmus, vivi 5 meses em Bologna o que me permitiu vivenciar a cidade bastante bem. Antes de enumerar alguns lugares a visitar, comecemos por como lá chegar.

Estando já em Itália, numa outra cidade, caso não tenham carro alugado, comboio é sempre uma boa opção. Chegando a Bologna de avião e não alugando carro, existem 3 maneiras para se ir do aeroporto até ao centro. Ou de Marconi Express, uma espécie de comboio que chega ao centro de Bologna muito rápido, funciona das 5h40 até às 0h00. Não é muito barato, a viagem de ida custa agora €11. Também é possível ir de autocarro, fica mais barato. Existem dois tipos de autocarros, os que são "normais" e uns especiais do aeroporto. Quanto aos "normais" o que cheguei a fazer quando cheguei ao aeroporto foi ver no maps qual autocarro apanhar. Esta opção apesar de mais barata, pode demorar algum tempo e poderão ter de caminhar ainda um pouco "para fora do aeroporto" para o apanharem. Existem tambem uns autocarros especiais, com paragens especificas que tem o custo de €4 e saem mesmo do aeroporto. Não me recordo de alguma vez ter apanhado estes autocarros. Tanto o Marconi, como os autocarros têm horário de funcionamento, caso cheguem fora de horas, isto é, mais de madrugada, existe a opção de apanhar um táxi. Existem muitos à porta do aeroporto. Do aeroporto até à cidade tem um custo mais ou menos de €20, por isso, por vezes, pode mesmo compensar em relação ao Marconi, dependendo do número de pessoas com que viajam.

Passando agora aos locais a visitar.

A Piazza Maggiore é a praça principal e onde no verão podem assistir a sessões de cinema. Nesta praça podem encontrar a Basilica di San Petronio. Na verdade não gosto nada do interior, é muito "despida". Poderão verificar que à entrada estão militares armados. Pois bem, no interior da Basílica existe um fresco que representa Maomé a ser queimado no inferno, tornando o local propício a atentados. A entrada é gratuita, mas aconselho a que se a visitarem no verão, com roupas frescas, levem um lenço para cobrir os ombros, caso contrário terão de pagar por uma capa.

Bologna tem uma lista de segredos que, sinceramente, não me recordo ao certo quantos eram nem especificamente o que é que era segredo. Dois dos que me lembro podem ser encontrados nesta praça. Um deles é o Il Voltone del Podestà. Na galeria onde se encontra o turismo, existe um teto em formato de abóboda. A forma como foi construída permite um fenómeno acústico interessante. Se estivermos num dos cantos e sussurrarmos e alguém estiver no canto oposto, ele vai ouvir o que dissemos. Se as minhas indicações tiverem sido confusas, não se preocupem, irão ver muitos turistas a fazer isto e aperceber-se-ão onde é e como funciona.

Outro segredo que é possível encontrar nesta praça é na Fontana del Netunno. Ao dar uma volta em torno da estátua, de um certo ângulo, o dedo da mão esquerda de Netunno causa a ilusão de que... quando lá forem descobrirão.

Uma das ruas que sai da praça era a minha rua favorita da cidade toda, falarei num outro post, quando for a altura de falar de comida. 

Muito perto da praça existe a Terrazza Panoramica, fica nas traseiras da Basílica. Tem 54 m de altura e uma vista espetacular sobre a cidade. Na minha opinião uma vista melhor do que a que se tem a partir das duas torres, pois desta é possível observar as duas torres. As famosas Due Torri são um ponto de paragem obrigatório. É possível subir à Torre degli Asinelli. É necessário marcar o bilhete online. Tal como disse, não acho que a vista seja tão boa como a da Terraza Panorâmica, mas toda a experiência de subir acho que vale a pena. Existe uma lenda que diz que os estudantes que sobem à Torre não se formam. Ou seja, praticamente, toda a gente que conheci em Erasmus só subiu no fim da sua estadia, quando já tinha passado a todas as cadeiras. Como inicialmente não sabia disso, subi logo na primeira semana com a minha mãe (e já tinha subido no interrail). Passar às cadeiras eu passei, no entanto, a minha conversão de notas foi uma miséria. Estarão estes dois fenómenos relacionados?

Algo que apesar de não ser nada majestoso, é bonito, é a Finestrella. Passei lá inúmeras vezes e, havia alturas que tinha uma fila gigante de pessoas para abrirem a janela e ver o que ela esconde. Outras vezes não tinha praticamente ninguém. Sinceramente, se tiverem uma fila gigante voltem lá mais tarde, não vale assim tanto a pena uma espera longa.

O Archiginnasio é um edificio que vale a pena entrar. O interior, tem uns detalhes muito bonitos. Uma parte é de entrada livre, no entanto, a visita ao teatro anatómico é paga. A minha amiga Madalena fez questão de ir quando me foi visitar. E é assim, foram apenas €3, no entanto, não sei se vale assim tanto a pena a visita. Lembro-me que na altura para nós foi maravilhoso. Estávamos cansadíssimas e estivemos lá sentadas a descansar enquanto ouviamos uns audios com explicações. Existe também uma biblioteca que, lembro-me de espreitar lá para dentro, mas não me lembro a razão pela qual não entrei. Sei que havia um motivo, mas não me recordo qual.

É também possível fazer-se uma visita guiada à Sale Monumentali della Biblioteca (da Universidade de Bologna). É necessária marcação (https://eventi.unibo.it/prenotazioni-bub) e a visita é gratuita. A guia que eu tive não foi grande coisa, mas gostei de fazer a visita.

Nas altura em que o tempo já está melhor, um local de encontro de muitos estudantes é no Giardini Margherita. Para além disso, a certa altura, as festas de uma discoteca (não me lembro ao certo qual) passam a ser num espaço que há no jardim. 

Algo também imperdível nesta cidade é o Santuario di Madonna di San Lucca, principalmente ao por do sol. Existem várias maneiras de chegar lá. Mas a full experience, engloba uma caminhada algo cansativa desde o centro da cidade até lá cima, passando por baixo de 666 arcos. As outras opções incluem o San Lucca express, um comboio que parte da Piazza Maggiore ou carro. Os carros chegam praticamente lá em cima. Quanto aos transportes públicos até lá nunca percebi muito bem como funcionam.

Um sítio que acabei por não ir, mas que estava na minha to do list, foi o Parco di San Pellegrino. Acho que lá o pôr-do-sol também é muito bom.

Bologna tem mais que um teatro e, eu tive a oportunidade de ir ao Teatro Comunale di Bologna ver dois espectáculos. A sala de espectáculos é bem bonita. Fui ver um espectáculo de Ballet que gostei bastante. No entanto, os lugares que escolhemos não eram grande coisa. É preciso ter muita atenção a comprar os bilhetes pois há lugares nos "camarotes" com muito pouca visibilidade. Para conseguir ver bem tinha de estar de pé. O outro espectáculo que vi foi uma Ópera. Bem, não é de todo o meu estilo de espectáculo, mas a experiência valeu a pena. Ainda por cima, dessa vez, ficamos na plateia. Existe um acordo maravilhoso entre o teatro e a Universidade de Bologna. Se os bilhetes para as Óperas forem comprados com 3 semanas de antecedência ou menos (penso eu), por apenas €10 os estudantes podem ficar em qualquer lugar e, nós escolhemos a plateia. Na verdade, só soube desta promoção quando cheguei ao teatro e a senhora me começou a sugerir lugares na plateia. Lugares que podem custar mais de €100. Eu olhei para ela com uma cara de: "Eu nunca na vida vou pagar €100, estou disposta a pagar até €25, mas mais que isso nem pensar". Ao ver a minha cara, a senhora simplesmente diz: "Para os estudantes são €10 estes lugares".

Ora bem desviando um pouco do tema aqui ficam algumas curiosidades e locais para compras.

Durante a minha estadia apercebi-me de um fenómeno (para mim) estranho. Mesmo dentro da mesma cadeia de supermercados, em diferentes lojas, os preços do mesmo produto variam. Algo maravilhoso é que a secção das massas é gigantesca (e a massa da Barilla bem mais barata). Por outro lado, a secção do arroz é minuscula.

E a feira de Bologna? Nem imaginam os achados que fiz lá. Tem peças muitíssimo baratas (o vestido amarelo da foto em baixo foi um dos meus achados, custou €5). Vá, um dos vestidos que comprei falhei redondamente porque vinha cheio de defeitos e eu não reparei na altura. Outro sítio para fazer compras em Bologna que acho que por vezes poderá compensar bastante é a Humana, a loja de segunda mão que também há em Portugal. Em Bologna comprei um casaco magnifico por apenas €12.

Resumindo, Bologna é uma cidade pequena. Para visitar os pontos mais turísticos 2 dias chegam. No entanto, para desfrutar bem da essência da cidade é preciso muito mais tempo e, de preferência, estudar lá... é uma cidade de estudantes.

Mais sobre Bologna:

Bologna - O sítio do meu Erasmus

Bologna - Onde comer

Viagens de Erasmus a partir de Bologna - Parte I

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Um beijo,

Káká

Bologna, uma cidade estudantil no norte de Itália onde fiz o meu Erasmus. Morei lá durante 5 meses em 2022 e posso dizer que foi uma experiência extraordinária. Na verdade, em português escreve-se Bolonha mas, durante os 5 meses, ganhei o hábito de escrever Bologna.

Quando fiz a minha candidatura para o programa Erasmus, a minha primeira escolha não era Bologna. Já não me recordo se era Varsóvia ou Cracóvia. Apesar de ter sido a minha segunda escolha, posso agora dizer que Erasmus em Bologna tem muito a minha cara, se calhar mais do que Varsóvia ou Cracóvia. Se querem comer bem, conhecer cidades magnificas, ter convívios noturnos mais "chill" em vez de noitadas "hardcore", Bologna é uma excelente escolha. Atenção que em Bologna também há discotecas, no entanto, não é de todo a essência de um Erasmus lá. Pelo menos do meu e da maioria das pessoas que conheci não foi. Em Bologna come-se bastante bem, tem uns gelados magníficos, é uma cidade que vive dos estudantes e, através da rede de comboios Italiana é possível ficar a conhecer bastantes locais maravilhosos do país. Que mais podia pedir? Ok, na verdade ficou a faltar aprender a falar Italiano. Adoro a língua, no entanto, nunca me sinto muito à vontade para falar línguas que não domino muito bem e, para além disso, não conheci muitos Italianos. E com os que conheci, falava Inglês. 

Para quem não sabe o programa Erasmus+ permite a mobilidade de estudantes do ensino superior por um período máximo de 12 meses (penso eu). Aconselho toda a gente a fazê-lo, pois é uma experiência bastante enriquecedora. Esta foi a minha primeira experiência a morar fora de casa dos meus pais, por isso, como devem imaginar, foi algo completamente diferente do que estava habituada. Conheci várias pessoas de outros países. Foi engraçado perceber algumas diferenças bem caricatas e... ninguém faz arroz como o nosso.

A Universidade de Bologna é uma das mais antigas do mundo e tem uma ótima reputação. Para além disso, tive a facilidade de escolher aulas que fossem dadas em Inglês. O que correu menos bem foi a conversão das notas quando cheguei a Portugal. Lá tive boas notas mas a conversão foi péssima. No entanto, conheci outros portugueses de outras faculdades que não tiveram uma conversão tão má como a minha. Resumindo, varia de faculdade para faculdade. E sim, tive que estudar durante o meu Erasmus, não foi só passear. Porém, sinto que valeu bastante a pena pois tive cadeiras que gostei muito. Além disso gostei genuinamente de experienciar outros métodos de avaliação. A maioria dos exames era oral. Ainda sobre a Universidade, se escolherem Bologna para estudar, poderão ter a sorte de ter aulas em edifícios bem bonitos no interior. E digo-vos uma coisa, às vezes ia parar a bibliotecas bem bonitas.

Arranjar alojamento em Bologna foi um pouco caótico. As residências da faculdade, que são relativamente baratas, são apenas para estudantes matriculados mesmo na Universidade de Bologna. As outras duas residências que existem são caras. Os quartos individuais numa casa são caros. O mais acessível era mesmo partilhar um quarto numa casa e, mesmo assim, o meu quarto era €25 mais caro do que o que recebia "por mês" de bolsa. Ora bem, antes de ir para lá toda a gente me dizia: "Vais dividir quarto? Que horror! Conheço quem tenha feito isso e odiou." e coisas semelhantes. No entanto, para não gastar um rim de alojamento era a melhor solução. E assim foi, dividi quarto e posso dizer que tive muita muita sorte com a minha colega de quarto. Demo-nos bem e não tivemos grandes chatices. Aliás, tive sorte com todas as pessoas com quem dividi a casa  pois vendo exemplos de outras pessoas que conheci, coitados... As pessoas com quem viviam deixavam a casa em pantanas e bem suja. Vivi com mais duas raparigas portuguesas e uma francesa, bem junto à estação de comboios. Estávamos numa localização top, principalmente para quando queríamos ir passear ao fim de semana.

É muito comum, os estudantes deslocarem-se de bicicleta pela cidade. Como eu não sou grande coisa a andar de bicicleta, fazia praticamente tudo a pé (podem ver na foto em baixo a minha cara de guerreira enquanto carregava compras até casa). A cidade não é muito grande e, tal como disse, a minha casa estava super bem localizada. Para os estudantes de Erasmus mais preguiçosos, que não querem andar a pé ou de bicicleta, havia a possibilidade de adquirir um cartão para andar nos autocarros livremente e era baratíssimo. Pagavam-se apenas €10 e dava para todo o ano letivo. Infelizmente, acho que entretanto o valor aumentou. Na verdade eu cheguei a fazer o cartão, mas conto pelos dedos das mãos o número de vezes que andei de autocarro durante os 5 meses. 

Quanto ao tempo nesta cidade, bem, que filme. Em Fevereiro e Março muito mais frio do que o que esperava. Achava que iria ser semelhante ao tempo no Porto mas, ora bem, tive de pedir a visitas que me levassem um reforço de gorros e cachecóis. A partir de Maio, um calor gigante. Para piorar a situação, a nossa senhoria não nos deixava ligar o ar condicionado. Porquê? Nunca descobrimos.

Tal como em muitas cidades Europeias que acolhem muitos estudantes de Erasmus, também em Bologna existe ESN. Uma associação europeia de apoio aos estudantes que se encontram a realizar o Programa Erasmus. Realizam bastantes atividades ao longo do semestre. Desde atividades à noite em bares e discotecas, viagens, jantares, workshops de massa,... Basta verem no site deles. Claro que não participei em todas as atividades mas nas que participei gostei. Especialmente a viagem que fiz com eles até Napoles e Costa Amalfitana. As viagens geralmente são a um preço acessível e uma excelente altura para conhecerem pessoas novas. Mesmo que vão sozinhos na viagem (não foi o meu caso), penso que nunca se sentirão sós. Conheci mais do que uma pessoa que o fez. Para participarem nas viagens, têm de fazer o cartão da ESN. Tem um custo de €10 e vale muito a pena. Para além de poderem participar nas viagens, têm descontos em algumas coisas em Bologna, descontos na Flixbus, descontos na Ryanair,... O da Ryanair tem apenas um defeito, o limite é dia 15 de Junho e, eu só vim embora de Bologna no ínicio de Julho. O desconto tinha-me dado jeito, pois inclui uma mala de porão gratuita. De qualquer maneira podem ver todas as informações no site deles. Em Bologna existe ainda outra associação semelhante, a IC. Nunca participei muito nas atividades deles, mas a ideia é semelhante à da ESN. Se forem fãs de karaoke, pelo menos na altura em que lá estive, eles organizavam noites de karaoke.

De vez em quando começo a recordar os meus 5 meses de Erasmus e fico com muitas saudades. Foram meses espetaculares e que me fizeram sair da zona de conforto! E Itália é um país magnífico.

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